A tensão comercial entre Brasil e Estados Unidos atingiu um novo patamar nesta semana, com revelações de que o governo Trump prepara um “tarifaço” de 50% contra produtos brasileiros – uma medida extrema que mistura retaliação econômica, política externa e até lealdades pessoais. O que começou como uma disputa comercial comum agora ameaça escalar para uma crise diplomática, com o Congresso americano dividido e o Brasil correndo contra o tempo para evitar prejuízos bilionários.
A Bomba-Relógio de 1º de Agosto
Segundo a CNN, Trump busca bases legais controversas para justificar as tarifas antes do dia 1º de agosto. O plano original – enquadrar o Brasil numa investigação por “violações comerciais” (Seção 301) – foi considerado lento demais. Agora, a estratégia é declarar uma “emergência nacional”, alegando que o governo Lula persegue “politicamente” Jair Bolsonaro, aliado de Trump. A manobra, porém, enfrenta resistência até dentro dos EUA:
- 11 senadores (incluindo republicanos) acusam Trump de “abuso de poder”, argumentando que ele prioriza “amizade com Bolsonaro” sobre os interesses americanos.
- Democratas alertam que as tarifas aumentarão preços para consumidores dos EUA, especialmente em setores como aço e alimentos.
Os Produtos Brasileiros na Mira
Se implementadas, as tarifas de 50% afetariam:
- Aço e alumínio (já taxados a 25% desde 2018) – Minas Gerais e Pará seriam os estados mais impactados.
- Suco de laranja (o Brasil fornece 80% do mercado americano) – ameaçando 30 mil empregos no interior de São Paulo.
- Carnes e etanol – setores que vinham expandindo exportações para os EUA pós-pandemia.
O Xadrez Geopolítico: Brasil Entre EUA e China
O Congresso americano teme que o “tarifaço” acelere uma guinada do Brasil para a China, que já é nosso maior parceiro comercial. Dados da Amcham revelam que 33% do comércio Brasil-EUA ocorre entre empresas do mesmo grupo (como Coca-Cola e John Deere). Se Trump fechar as portas, Pequim está pronta para ocupar o espaço:
- Acordos recentes: China já compra 70% da soja e 60% do minério de ferro brasileiros.
- Rota alternativa: O governo Lula pode acelerar negociações com União Europeia e países árabes.
O Que o Brasil Pode Fazer?
Uma comitiva de 8 senadores brasileiros desembarca em Washington na próxima semana para tentar frear a medida, mas o cenário é adverso:
- O Capitólio está em recesso até setembro, limitando ações legislativas.
- Trump Jr. e Marco Rubio (Secretário de Estado) são os únicos interlocutores disponíveis – e ambos são aliados da linha-dura.
Pior cenário: Se as tarifas forem aplicadas em agosto, o Brasil pode retaliar com barreiras a trigo (7 mi toneladas/ano importadas dos EUA) e tecnologia agrícola, além de acelerar a desdolarização do comércio com China e Rússia.
Por Que Isso Importa Para Você?
- Preços mais altos: Produtos como carne, suco e materiais de construção podem encarecer.
- Empregos em risco: 1,2 milhão de postos dependem direta ou indiretamente das exportações para os EUA.
- Crise política: A escalada pode isolar o Brasil no cenário global.
“Trump está escolhendo um brasileiro (Bolsonaro) em vez de 340 milhões de americanos”
— Eric Swalwell, congressista democrata
Fontes:
CNN Brasil (25/07/2025)
Bloomberg (sobre as bases legais do “tarifaço”)
Amcham Brasil (dados sobre comércio bilateral)