De “Oi” pra “Hi”: A Vida Virou Uma Aula de Duolingo Involuntária

Grazianne Delgado
Por Grazianne Delgado 136 visualizações
Foto: pixabay

Meu pai me olhou com a cara de quem tinha visto um ET quando eu disse que ia “fazer um detox digital no final de semana”.

— “Filha, você tá com febre? Isso é gripe?”, ele perguntou, genuinamente preocupado.

Tentei explicar que era só um “break das redes sociais”, mas aí ele achou que eu tinha quebrado o celular. Quando falei em “burnout”, quase chamou o bombeiro.

A verdade é que o brasileiro médio agora tem dois idiomas: o português das ruas e o “portinglês” do LinkedIn. Você marca um “quick chat” que vira três horas de conversa. Promete um “follow-up” e some por meses. E o pior: já existem pessoas dizendo “bora almoçar? My treat!” quando querem pagar a conta – como se “minha vez” tivesse virado arcaico.

Até as brigas mudaram. Ninguém mais “termina” – agora é “vamos dar um space”. Briga de trânsito? “Cara, what’s your problem?”. E o clássico: “não estou feeling it hoje” (tradução: preguiça nível Netflix).

O lado bom? Quando você não quer responder alguém, basta dizer “vou te dar um feedback depois” e fugir correndo. Universalmente entendido como “nunca mais” em qualquer língua.

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